Hoje as candidatas que prestaram o vestibular da UFSC ao saírem do local de prova depararam-se com uma situação muito constrangedora. Segue o relato de uma graduanda que presenciou o ocorrido:
“Gostaria de compartilhar o sentimento de constrangimento e indignação que acabei de passar saindo da UFSC junto com quem estava fazendo o vestibular. Os estudantes da engenharia de automação que estavam na rótula da trindade, gritavam para as candidatas “SE PASSAR EU VOU FURAR!”, me senti desconfortável olhei para os lados e TODAS as mulheres que estavam esperando para atravessar a rua estavam extremamente constrangidas com o que estava sendo dito. O termo “furar” é extremamente agressivo, conota violência, em muitos casos significa estupro. E assim aquelas que em breve poderão entrar na universidade foram recebidas. Não podemos aceitar esse tipo de violência na universidade, sim, o ocorrido é uma forma de violência, bastava olhar para a cara de todas as minas que estavam por lá. Isso é o reflexo principalmente da bizarra tradição dos trotes opressores que a maior parte desses cursos realizam, onde as mulheres nada mais são do que pedaços de carnes novas. Para mim isso só evidência que pro ano que vem, nós mulheres, precisamos ser mais combativas com as atitudes como essas.(…)”
O CALESA repudia esse tipo de atitude machista que incita atos violentos contra estudantes. Tais atitudes ocorrem todos os semestres nos trotes sujos que são aplicados dentro e fora do campus universitário.Nos posicionamos contrários a este tipo de ação, assim como toda entidade regulamentada na UFSC, que segue a Resolução 17/CUn/97, Capítulo VIII, Seção II que diz respeito à proibição da ação do trote tanto dentro como fora da universidade.
Declaramos apoio à todas as estudantes que foram constrangidas hoje.